Namorava o Kamão fazia tempos e, ao tirá-lo da listinha dos desejos, já o coloco aqui no Porto Alegre em 50 Sabores.
Uma idéia sensacional, ecologicamente sustentável, uma casa histórica e numa rua linda. Podia dar errado? Não!
A simplicidade impera no ambiente descolado do Kamão. Cores fortes e contratantes recebem os habitués e os estrangeiros, como nós. Sim, me pareceu que todos por ali já são figurinhas carimbadas, os garçons já reconhecem as preferências e isso só demonstra o quanto a casa cumpre sua função, seu objetivo de bem servir.
Se atendeu nossas expectativas? Completamente. Deixa contar como funciona.
Primeiro você encontra uma vaga para estacionar, se for no abrir das portas, caso contrário escolha um bom app e chame seu motorista, pois a rua João Alfredo bomba nas noites porto-alegrenses. É gostoso dar uma olhadinha, curtir as casinhas enfileiradas e coloridas que hoje abrigam em torno de uma dezena de bares e casas noturnas - em 2010, 75 casas receberam cores novas pelo projeto Tudo de Cor para Você.
Passear por ali depois do cair da noite nos transporta no tempo, com uma iluminação mais intimista proporcionada pela instalação de postes que são uma releitura dos existentes há um século, com lâmpadas de vapor metálico e com sistema de defração, que joga a luz para o solo.
Chegamos com o cair de uma tarde de primavera, quando os últimos raios de sol ainda brilhavam no céu, a casa estava abrindo suas portas mas, pouco depois, já tinha fila de espera. Se é concorrida? Pareceu, muito.
Percebemos que são engraçadinhos, mas se rendem ao final!
Uma espiadela no ambiente, uma mesinha de canto como preferimos, olhos curiosos deram uma percorrida pela cozinha e cardápio em mãos.
Várias opções saltaram aos olhos, mas fomos comedidas. Hum, essas bolachas não são lindas? Terei que voltar para cometer uma pequena apropriação!
Primeiro as bebidas. Não sou muito de observar a carta de bebidas mas, dessa feita, percebi que a casa saiu do comum e tem de tudo um pouco em matéria de drinks, além das adoradas cervejas artesanais. Aperol? Tem, também! Água e coca-cola? Sim, mas antes um brinde para relembrar nossos amados dias em Havana - mojito e daiquiri.
Abertos os trabalhos, o primeiro pedido: dadinhos de tapioca com queijo roquefort.
Para complementar, um hamburguer de vazio com batatas rústicas, quase ao ponto, todo temperadinho e com picles de manga.
Para os veganos, opções veggies.
Bebidinhas e comidinhas tão dentro da normalidade, devem estar se perguntando onde estaria o diferencial da casa, a tal idéia sensacional e ecologicamente sustentável, né? Um pratinho, guardanapo de papel e mãos a obra, literalmente.
Como diz o nome, lá comemos Kamão.
Nada de talheres e pilhas deles para serem higienizados. No ambiente, só o som das vozes, sem a sinfonia de metais. Tá, sou daquelas chatinhas, que prefere usar talheres, mas li as instruções e fui com fé - sobrevivi!
Gaúchos são meio tradicionais, eu sei, mas os cariocas Paulo Gomes e Ricardo Petrus são bem convincentes, pois de janeiro até agora já caíram nas graças e amores dos porto-alegrenses com a idéia.
E aí, bora experimentar? De resto, é só deixar a imaginação rolar.
Informações:
Rua João Alfredo, 457
51.3224.3529
Cidade Baixa - Porto Alegre.
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