Vínhamos numa batida forte, de cidade em cidade, de novidade em novidade, até chegarmos em Pelotas.
A Princesa do Sul nos brindou com raios de sol, doçuras, tranquilidade e muita tradição.
Escolhemos a terra da Roberta para explorarmos um pouco das tradições gaúchas no vestuário. Na verdade, precisávamos deixar a Gardênia saciar o desejo de experimentar as vestimentas típicas e, ainda, escolher um pelego para levar para São Paulo. Pronto, nenhum lugar seria mais apropriado que a loja de um dos patrocinadores da Rota Farroupilha, a Agropecuária Sallaberry.
Muitas agropecuárias não ficam adstritas a venda de medicamentos e rações, contando com setores dedicados a venda de vestimentas, acessórios e artigos de decoração típicos de nossa cultura.
Escolhemos a loja da Avenida Fernando Osório, 1531 - na entrada da cidade, caminho de quem chega de Porto Alegre. Nela, além da variedade de artigos de vestuário e bazar, teríamos fácil estacionamento para a fera (nosso meio de transporte).
Talvez tenha sido um dos momentos mais divertidos da viagem, pois Gardênia e Roberta piraram e quase nos enlouqueceram. Enquanto elas escolhiam e experimentavam vestimentas e acessórios, nós (eu e Criz) nos divertíamos e fotografávamos as travessuras.
Nem preciso dizer que a loja parou, né?
Funcionários e clientes foram contaminados pela animação, virou farra.
Pena que o Gleiber ainda não havia chegado, pois nos faltou um modelo masculino para que pudéssemos explorar as opções de bombachas e palas.
As gurias, por outro lado, não deixaram passar nada. Vistoriaram as prateleiras, até encontrar as peças certas para o look gaudério.
Pilchadas e felizes. Esse foi o resultado da aventura.
Como nunca fui fã dos vestidos de prenda, considero as bombachinhas com camisa a indumentária perfeita para as mulheres modernas. Praticidade e beleza. Entretanto, esclareço, que pelas regras do movimento tradicionalista a pilcha feminina oficial é o vestido, ou saia e casaquinho.
Os Caminhos Farroupilhas foram a inspiração da trip e o lenço não poderia ser outro que não o encarnado, vermelho da cor do sangue derramado pelos farrapos. Nas revoluções em terras gaúchas a cor dos lenços sempre identificaram o lado de cada guerreiro e na Revolução Farroupilha os republicanos traziam junto ao peito o lenço vermelho, enquanto os imperialistas usavam os brancos. Mas a Rô, atenta que estava a perfeita combinação das cores de sua indumentária, preferiu o branco dos ximangos da Revolução Federalista (1893/95), igualmente republicanos como nossos farrapos.
Curtimos a brincadeira. A Roberta entrou na vibe da Gardênia, que estava feliz que só com sua pilcha, enquanto imitava com perfeição o melhor do sotaque gaúcho.
Hoje a pilcha, além de traje oficial do Estado, é ainda muito usada nas lidas campeiras, em todos os eventos ligados ao Movimento Tradicionalista Gaúcho - MTG e, de forma tímida, por alguns gaúchos no dia-a-dia. No mês em que celebramos os ideais farrapos, entretanto, ela toma conta das festas e ruas das cidades.
Nossos agradecimentos para a Agropecuária Sallaberry que abraçou nosso projeto, colaborou para que fosse um sucesso e, ainda, aos funcionários que tão bem nos recepcionaram, entraram no clima e brincaram conosco naquela fria manhã de inverno. Nossas desculpas pela bagunça, claro!
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