Francisco, se achegue, fui te ver e vim contar.
Meus olhos aguçados e amantes de esculturas já haviam interagido com as majestosas obras do pernambucano, nas vezes em que perambulei feliz por Recife e região. Por outro lado, mais feliz fiquei ao saber que parte do acervo seria exposto no Santander Cultural, dando oportunidade para que os gaúchos possam conhecer e explorar as curvas de tão belas esculturas, mesmo se não puderem deixar a terrinha.
Brennand chegou em Porto Alegre como parte das comemorações pelos 15 anos de fundação do Santander Cultural, importante pólo de arte e cultura instalado na Praça da Alfândega, no Centro Histórico da cidade.
Não temos mar, mas emprestamos um pouco de nossas águas doces para que as obras se sentissem em casa e fomos presenteados com um final de semana de temperaturas agrabilíssimas que fez lotar os museus e, em especial, a exposição.
As 84 obras estão espalhadas no colorido e imponente salão principal do centro cultural e, afirmo, fizeram uma ótima parceria em cores com os vitrais seculares da casa.
Divididas em quatro vertentes, enchem os olhos: o teatro das representações mitológicas, o corpo em transmutação, os frutos da terra e as vitimas históricas.
Os grandes painéis, com imagens do ateliê e espaço cultural em Pernambuco, nos transportam para o centro de criação do artista.
Um antigo Engenho de cana-de-açucar, homens talentosos e mãos que dão formas ao barro. A família Brennand do açúcar à escultura, fazendo voar nossa imaginação.
Há mais de quarenta anos fincando esculturas no parque as margens do Rio Capiberibe, Francisco empresta para Porto Alegre parte de sua obra e nos brinda com Adão e Eva, até então inéditas em mostras públicas.
Eva, tão cheia de graça.
A exposição está linda, com uma proposta bem distribuída pelos espaços e com curadoria de Emanoel Araújo.
Mulheres, tantas e tão cheias de formas.
Por algumas a gente passa, olha e vai. Por outras, a paradinha para permitir que os sentidos sejam absorvidos, se faz necessária.
Se deliciou com a mostra? Bom, horinha de visitar a exposição histórica, no subsolo. Já contei por aqui, o prédio abrigou historicamente um banco e há muitas moedas, notas e demais equipamentos contando um pouco dessa história toda. Caminhou, fotografou os lindos vitrais, curtiu as curvas tão cheias de significados das esculturas pernambucanas é chegada a hora de um bom café. O que acha de visitar o Café do Cofre? Pois é, o nome é Moeda na verdade, mas espia aqui nesse post o charme de fazer um lanchinho dentro do antigo cofre do Banco da Província do Rio Grande.
Vá com tempo, há muito mais para ser visto nas imediações. Além de uma voltinha pela Praça da Alfandega para lindas fotos, dá para esticar com outras visitinhas culturais, como ao Centro Cultural Érico Verissimo, ao MARGS - Museu de Artes do Rio Grande do Sul, ao Museu dos Direitos Humanos e, depois de uma caminhadinha leve, dá para completar com a Casa de Cultura Mário Quintana e um suco no bar do terraço, enquanto curte as luzes de um pôr do sol inesquecível.
Há muito de Porto Alegre aqui no Mochi. Dá uma olhada nesse post aqui, nesse outro e, quem sabe, em mais esse? Tem muito mais, com ruas e histórias, como escrevi aqui.
Precisa de informações sobre horários e demais exposições? Vá ao site, clica aqui.
Que delícia de texto! Parece que eu estava aí mergulhando nessas obras, adorei.
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