Organizar o #TchÊncontro: uma aventura para multiplicar amigos.

Quando decidimos (Glacy, Naiá e eu), ainda no carro no trajeto para o aeroporto após o encerramento do #EncontroBSB organizar o #TchÊncontro, estávamos mais do que embarcando no voo que nos traria de volta para casa, nos jogando numa aventura. 

No pouco tempo de espera no aeroporto em Brasilia e nos minutos para conexão em BH, rascunhamos o que aconteceria no período de 31/07 a 02/08/2015. Tudo, exatamente tudo, foi pensado naqueles momentos. Ops, nem tudo. Sabem o que esquecemos? O como faríamos com que aqueles planos saíssem do papel e ganhassem as ruas de Porto Alegre e as estradas do Rio Grande.  

Chamamos a Laura, que voltava em outro voo, com tudo já delineado e rabiscado e fechamos a trupe. Hora de anunciar, torcer para que uma galera legal topasse vir para o Sul e ir atrás dos meios para realizá-lo. 

Receber em Porto Alegre? Nosso chão, bastavam algumas parcerias e tudo se resolveria. Parecia tão simples, mas não foi. 

O destino surpresa fora escolhido ali: Bento Gonçalves. Permaneceria surpresa até confirmarmos a viabilidade de realizar na altíssima temporada. E permaneceu assim, até fecharmos parcerias. 

Sou ligeirinha, quando me disponho a fazer algo não sossego até estar tudo pronto. Laura e Glacy viajando, os papos acontecendo pelo WhatsApp, a Naiá doente e eu pentelhando todo mundo. Desculpem, meninas. 

Lembrei da Alexandra Aranovich, a Alê. Nem nos conhecemos pessoalmente, mas fui chegando e pedindo ajuda. Ela embarcou, começou a lançar mão de contatos, etc. Pronto, tínhamos mais uma gaúcha doida colaborando, procurando meios de realizarmos nossos planos. 

Enquanto quebrávamos cabeça com questões práticas e que por vezes pareceriam intransponíveis, fui pensando nas cores que gostaria de dar ao evento. Cores, palavras, formas e sonhos. 

Lembrei de quem? Lá fui eu: "Anna (Finestrino) quero suas tags colorindo o encontro"! Ops, preciso de cores para o grupo do facebook não ficar monótono (teríamos três meses até a data agendada): "Alex, prazer, posso usar suas lindas fotos de POA?". Mas se estamos no Sul, quero que o pessoal leve um pouco de nossas letras: "Martha (Medeiros), bom dia, prazer, podes ceder um livro". "Caio (Ritter), és o diretor da AGES? Preciso de vários livros". Hum, mas nossa música é tão típica: "Daiana, somos amigas aqui pelo twitter, preciso de CDs, consegue com os Monarcas?". Pronto, em segundos a gaúcha tímida já tinha feito mil pedidos, na cara dura. 

Pedi para o Luciano, do Malas e Panelas, um guia para sortear. O casal mandou mais de quarenta exemplares, que foram colocados nas sacolinhas individuais. 

Não recebi um único não. Obrigada! Os pedidos se multiplicaram e as colaborações também! 

Quantos topariam vir para Porto Alegre? Uns trinta. Tudo bem, faríamos uma festa. Ops, minutos e tínhamos mais de trinta? Onde se puxa o freio-de-mão dessa nave maluca? Sabem, mais de trinta pessoas andando juntas, por aqui, é arrastão! Como se resolve? Eu e Ná queríamos deixar liberado, Laura estava espantada, mas queria liberar e a Glacy, tentando fazer com que ouvíssemos a voz da experiência, votando pela limitação: se funcionar, fazemos outro, nos dizia (enquanto ainda acreditava que a ouviríamos). Pobre Glacy! 

Quando Lilian (Uma Senhora Viagem), lá em Brasília, disse que eu era muito ativa nas redes e que me dava com muitas tribos, percebi que nunca tinha atentado para esse detalhe. Papeio com quem simpatizo, com quem me dá trela, já que o virtual me protege da timidez. O que ela disse se materializou na procura por vagas, pois tenho amigos em todos os grupos: no de viagens para a serra, entre veteranos, novatos e no de viagens em família. DMs se multiplicaram. A lista de espera cresceu. Desculpem não podermos receber todos, numa única oportunidade. 

Levar alguns para a Serra e deixar outros perdidos na Capital? Não seria legal. Comuniquei no grupo, recebi trocentas mensagens in box, todas gentilíssimas. Vá lá, nem todas, infelizmente. Fomos alargando números, tentando ajeitar. Onde cabem 35, cabem 40. Lotou o ônibus? Colocamos os carros na estrada, pensei.  Lotou? Socorro! Mas bah, só recebem 25 pessoas em Bento? Bora achar outro parceiro!

Com quantas pessoas precisaremos falar? Cadê Rafael Alencastro para resolver isso e me deixar livre do telefone? Ele é um profissional qualificado e com experiência, sou só uma advogada em meio aos papéis. E o guri arregaçou as mangas, puxou a agenda de contatos e transformou Bento em nosso destino, efetivamente. E foi assim: Rafa, vamos levar 30 pessoas, dá um jeito? Consegui, gurias. Rafaaaa, agora somos 42, te vira querido. Tudo certo. Rafffaaaaa, agora somos 48. E assim nos respondeu: suas loucas, verei o que consigo! E conseguimos. 

E eu, neurótica, pensando em minúcias. Alguns que ficaram de fora, alguns expatriados, todos loucos para estarem aqui. Como trazê-los para nosso convívio? Ops, alguns possuem guias, bem que poderiam doar um exemplar para sortearmos, né? Lá foi a pedinte oficial 2015. Pera, se eu peço para um amigo e esqueço de um blogueiro que conheço menos? Pesquisa e pede. Um daqui, muitos dali. Mas e quem não tem publicações? Santo Cristo, quem sabe um livro ou um mimo do local onde moram? Novamente, não ouvi um não. Obrigada, queridos. 

Editoras mandaram material, agência de turismo mandou chocolates de Gramado e a Karla, do Cariocando por Aí, mandou muitos chocolates produzidos em sua Chokolateria (O Rafael Leick deu uma super mão, providenciando a arte das embalagens).

Anna passou um contato, Alexandra outros tantos e, do nada, tinha trocentas reuniões agendadas e mil e-mails na caixa de entrada. Rafa deu uma olhadinha, achou pouco e providenciou mais alguns. 

Laura concordava: libera geral. Glacy ponderava: não vai funcionar. Eu e Ná só pensávamos em como montar uma logística capaz de receber 45/50 pessoas. Laura avisava: lista de espera crescendo. Bom, se pudéssemos receber, viriam em torno de 90/100 pessoas. Não dava. Fechamos nos 50!  

Entre coração e realidade, há a razão! Liberar para agradar gregos e troianos, cariocas e paulistas, mineiros e gaúchos? Largar todos pelas ruas, durante três dias? E se chove? Separar em quantos grupos para almoçar e jantar? Fazer um programa legal com 50 e deixar outros 40 sozinhos na cidade? Eu, o alvo das críticas, resolvi chamar para mim as responsabilidades e riscos: fazer alguns inimigos, multiplicar amigos e me divertir! 

Nesses dias alguns me ouviram, deram opiniões. Obrigada, Camilas! Valeu, Flora! 

Somos gaúchos, hospitaleiros, gostamos de bem receber, arrumar a casa para as visitas, oferecer a melhor cama da casa e tudo o que entendemos por boa mesa. Então, se tudo der certinho, faremos outros, mas nesse foi o que deu! 

Não sou boa com trabalhos em grupo, sou notívaga, estressada e apressada - capricorniana, afinal. Empreendedora, por natureza. Mandona. Uma personalidade quase intragável. Só posso agradecer as minhas companheiras de organização: obrigada por aceitarem minhas chatices, imposições e loucuras! 

E que aconteça e se transforme em milhares de lindas histórias. Desejo visitar os blogs e encontrá-los cheios de encantamentos e de lindas imagens da cidade que me adotou e do nosso Estado! Um canto do país, tão ao Sul, por vezes tão quente, em outras tão frio, terra de uma gente misturada, de todas as raças, cores e de tantos sabores. Um pequeno Estado, com um grande coração e sempre de braços abertos. 

Dez dias antes começamos a remeter os postais, uma maneira de darmos inicio a brincadeira - um passaporte singelo, confirmando a presença dos blogueiros e acompanhantes. 

Não poderia nominar todos que foram importantes, que nos acolheram, ajudaram ou apenas ouviram. Amigos, conhecidos e tantos estranhos que surgiram e viraram parceiros. E esses parceiros? Maravilhosos. Tem uma super lista aí embaixo. Eles terão sido os responsáveis se tudo for delicioso. 

Segunda tudo estará sossegado, espero estar de coração feliz e apaziguado ao apertar o botão "publicar" e jogar esse post nas redes. Escrevi antes de tudo, mas não iria contar todas as nossas surpresas, né? Na hora derradeira ainda chegaram mais dois parceiros, o Cisne Branco (Barco que faz turismo pelas águas do Guaiba) e o Museu de Ciências e Tecnologia da PUC RS, cujas imagens sequer integram a imagem abaixo.