PITADAS DO RIO GRANDE: mais um pouco do Iberê!



Ontem revisitei a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, queria aproveitar o final da tarde no Press Café e dar uma espiadela na exposição "Iberê Camargo Século XXI". 


Em algum momento todos já devem ter ouvido de mim que não sou uma entusiasta de suas obras, tenho meus senões com o fato do prédio da Fundação não ser aberto em direção ao Rio, para a Cidade e, também, que não curto as exposições modernistas costumeiramente sediadas ali. Tudo bem, mas não sou iracível, também. Posso não curtir, não me encantar, mas vou, olho, interajo, sempre na esperança de que desperte em mim um novo prazer. Insisto em não usar os elevadores, gosto de subir e descer pelas rampas - onde muitas vezes nos deparamos com instalações e até para curtir as minúsculas aberturas existentes para a rua. 



Na outra semana dei uma passadela, mega rápida, para comprar postais na lojinha - a melhor revenda de postais com imagens da cidade. Me deparei com os grandes Carretéis na entrada e com alguns trabalhos muito coloridos no térreo. O carro me esperava em local proibido, só passei os olhos, conferi que eram obras de Iberê e parti. Resolvi voltar com calma para interagir com a exposição e o dia escolhido foi ontem. 


Subimos, deixando as obras expostas no térreo para finalizar a visita. Já nas rampas nos surpreendemos com sons e outras instalações. Lá pelo segundo pavimento uma projeção de imagens na parede foi um convite a brincadeira, nos divertimos interferindo naquele jogo de sombras e luzes.


Não consigo estabelecer uma troca com as telas escuras de Iberê, mas sempre as analiso, fotografo, aproveito a visita. 


Algumas obras de outros artistas, como Rodrigo Andrade: 


E as instalações? Algumas um tanto estranhas. Para mim, nenhum sentido - mas sempre me pergunto se o não ter sentidos já não seria o sentido da obra. Pronto, viajei. Sou dos Impressionistas, desde sempre!! 




Fizemos o caminho de volta, curtindo mais um pouco interagir com as instalações. Fotografar de forma ampla na Fundação é algo quase que impossível, pois os agentes de segurança se posicionam de forma a estarem, sozinhos ou em grupos, em todas as imagens possíveis. Aproveitar a arquitetura, trabalhar imagens laterais de concreto e luzes, fazer jogos de sombras? Esqueça, sempre terá um segurança, nem sempre sorridente, em sua imagem. 


O térreo, finalmente. Hora de descobrir que cores tão vivas seriam aquelas nas obras de Iberê - uma surpresa. A explicação para o grande painel está numa saleta dos fundos, onde descobrimos que os trabalhos ali expostos eram estudos para o painel que se encontra instalado na Organização Mundial da Saúde, em Genebra. Trabalhos claros, lindos, apaixonantes - todos preparatórios para o trabalho final. 



E qual seria o painel instalado na OMS? Está reproduzido na tela grande, instalada no térreo. 


Pela primeira vez posso dizer que gostei de um trabalho de Iberê, que consegui dar sentidos internos para aquilo, que gostei dos jogos de cores. O passeio foi uma delicia, surpreendente, nos perdemos por quase duas horas pelos corredores (e a Fundação é bem pequena). Momentos para risadas e muitas fotografias - o que acham da vista da cidade, a partir da janelinha lateral? 


Na saída, uma passada na lojinha. E qual surpresa? Novos, coloridos e muito bonitos Postais da Cidade. 

Ah, eu disse que o Press é delicioso, com uma vista linda? 


Já falamos sobre o Iberê por aqui: Iberê e Porto Alegre.

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