Minha Lisboa é para ser desbravada a pé, resvalando por suas ruas de pedrinhas lisas, descendo ladeiras - porque para subi-las vou de Elétrico, claro. E na última visita não foi diferente, tempo de largar as malas no hotel, uma caminhada até a Cervejaria Trindade para uma refeição e depois aproveitar a tarde de primavera para dobrar ruas, fotografar, curtir o céu azul e viver um pouco da cidade.
E a cidade se mostra, se revela a cada esquina, gosta de ser fotografada, deixa que o sol dê tons as cores de seus azulejos e fachadas. Descemos do Chiado em direção ao Cais Sodré aproveitando a tarde fresca e ainda úmida de inicio de primavera, para conversar e planejar a vida - e como temos papo, sempre!
Fomos nos misturando ao povo, curtindo os caminhos, demos um oi para o Eça e chegamos ao entorno do Cais. De lá? Muitos passos em direção ao Terreiro do Paço, pela rua do Arsenal.
E as surpresas que começaram pelo casario e becos, culminaram com uma visita a uma lojinha despretensiosa (talvez nem tão despretensiosa assim), a Loja das Conservas.
Num primeiro momento estranhamos jamais termos percebido o pequeno comércio, mas logo descobrimos que na verdade se trata do aproveitamento da antiga sede de uma "indústria conserveira" para a venda e divulgação dos produtos de 17 empresas que atuam no ramo de pescados, especialmente de sardinhas, inaugurada oficialmente em 02 de dezembro de 2013.
A crise que atingiu o setor por décadas e que causou o fechamento da maioria das industrias conserveiras, causou desemprego e empobrecimento na indústria do pescado. Entretanto, com a difusão globalizada da Dieta Mediterrânea as exportações cresceram, e a indústria percebeu a necessidade de levar de volta a mesa dos portugueses a tradição dos peixes em conserva. A partir desse critério, muitos foram os estabelecimentos inaugurados em Lisboa, mas a nível de empreendimentos privados. A Loja da Arsenal é a primeira cooperativada.
Uma reunião de 17 industrias, num espaço único, oferecendo em torno de 300 qualidades em enlatados, além de cursos, num lugar charmoso. Assim é a Loja das Conservas.
Pelas paredes e mesas muita diversificação, cuidado com os produtos, algumas iguarias - um bom exemplo de como tornar atrativo um produto tão tradicional. Entre as qualidades oferecidas, algumas jamais tinham estado a disposição dos lisboetas, pois se tratam de produtos destinados exclusivamente à exportação.
A diversidade pode ser percebida a partir de um passeio junto as prateleiras. Os produtos se encontram separados de acordo com sua origem, considerando de qual conserveira são provenientes. No centro do ambiente, grandes mesas onde são expostos os produtos com algum diferencial e foi ali que encontrei lindos conjuntos de latas com motivos tradicionais, apaixonantes.
Claro que em nossa chegada para semanas de férias não seria o momento apropriado para compras, mas dando vontade de consumir as iguarias, no entorno, na baixa, há uma série de bares que já investem nos pescados como carro-chefe. Um exemplo é o Sol&Pesca, que dizem ser uma delicia.
Não fizemos compras, mas fomos bem recebidas e, como sempre, foi um prazer ser mais uma vez surpreendida na cidade pela qual possuo um carinho muito especial.
Ops, falei que encontramos o Eça, não foi? Ele estava lagarteando no Sol, namorando, ao que parece!!
Paula,
ResponderExcluirDescubro essa cidade há 4 anos, não por viver lá, mas porque trabalho em Lisboa.
De quando em vez, aventuro-me num passeio pela Baixa, vou ver o Tejo até ao Terreiro do Paço, ou paro na estação do Oriente só pelo prazer de ir passear perto do Parque das Nações. É uma cidade encantadora!
Gostei muito desta publicação! Ainda tenho lugares e coisas a descobrir!
Beijinhos!
Lisboa é pequenina, mas é inesgotável, maravilhosa! BjO!!!
ExcluirSempre surpreendente, essa Lisboa!
ResponderExcluirNós também descobrimos umas surpresinhas na última - e rápida - passagem por lá.
Conto no blog um dia desses.
Aguardarei, sou fã de suas postagens. És como eu, que prefiro postar ao longo do tempo, com um certo distanciamento? Valeu, querida! BjO!!
ExcluirNem sempre, Paula. Já cheguei até a blogar em tempo (quase) real. Mas ultimamente foram muitas viagens e pouco tempo livre na volta...
ExcluirÉ, já não curto postagens em tempo real, salvo poemas. Estou aguardando as descobertas, viu? BjO!
ExcluirLisboa e seus caminhos infinitos, surpreendentes e adoráveis. Minha Lisboa. Beijinhos, Paula.
ResponderExcluirSempre deliciosos, Lucia! BjO!!
ExcluirLisboa não cansa, né? Já bati papo com Fernando Pessoa e Camões. Agora falta o querido Eça, que me fez chorar ao ler Primo Basílio há muitos anos atrás.
ResponderExcluirAdorei!
É o lugar para o qual retorno sempre com prazer e volto com encantamento. Não tem erro!!! Na verdade tem um pouco de repeteco e novidades, um clima meio Porto Alegre - me sinto em casa!
ExcluirEu também adoro Lisboa! Conhece Cascais? É uma delícia de lugar e para minha felicidade meu pai mora lá!! :)
ExcluirQue matéria interessante !! Nunca fui a Lisboa mas tenho muita vontade, e elas lojinhas parecem ser um charme pelas fotos. Uma graça mesmo, adorei
ResponderExcluirNão conheço Lisboa, mas estou com uma viagem marcada pra lá no meio do ano. Quero tirar um dia pra andar sem rumo pela cidade e quem sabe ter todas essas vivências surpreendentes como você teve.
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