A forte religiosidade, aliada ao sincretismo religioso, estão arraigados na cultura baiana. Com suas férteis terras servindo de berço para a colonização do país, numa época marcada pelo poder da Igreja Católica, aliado as crenças dos africanos escravizados, resta hoje a herança de inúmeros templos, preservados e espalhados pelas cidades baianas.
Nossos caminhos não se furtaram das Igrejas caiadas, simpáticas, ou das ricamente esculpidas e ornadas. De Mangue Seco a Trancoso, de norte a sul, fomos parando, agradecendo pela oportunidade de rodar com alegria e segurança, por lugares tão lindos. Muitas, entretanto, não nos receberam com as portas abertas, mas estão em inúmeros registros fotográficos.
Das Igrejas as Capelas, da riqueza a simplicidade. Com uma história que se confunde com a história do Brasil, desde o descobrimento, a Bahia preserva um patrimônio espetacular em arte sacra, em painéis, pinturas, esculturas em madeira e barro, além da azulejaria. Vimos de tudo "Pelos Caminhos de Jorge".
Nossos primeiros dias junto aos baianos foram nas terras de Tieta, em Mangue Seco - uma pequena vila, entre o Mar e o Rio Real, na divisa com Sergipe. Lugar de beleza impar, possui no centro do vilarejo de ruas de areia uma simpática capela azul e branca, voltada para o Mar. A Capela se encontra fechada, parece que os santos foram retirados pelo pároco responsável, pelo receio que o mar avançasse e as destruíssem. Mas os santos padroeiros do vilarejo são Nossa Senhora da Boa Viagem e Jesus da Boa Viagem e estão na fé daquele povo. Simples como o povoado, mas imponente, no centro da praça central.
Em nosso retorno a Salvador, após estadia em Mangue Seco, visitamos a Igreja Basílica Senhor Bom Jesus do Bonfim, cercada por milhares de fitinhas coloridas, um centro de peregrinação diário. Vasculhamos um pouco de suas instalações, cumprimos o ritual de agradecimentos, saímos de lá com os corações leves e felizes.
Como salvador conta com uma infinidade de Igrejas, escolhemos apenas algumas para visitar, sendo que destaco a de São Francisco e a Basilica, no Pelourinho. Ambas possuem elementos surpreendentes e para os fãs de Arte Sacra, a visita deve se dar com calma.
A Igreja e Convento de São Francisco formam um conjunto arquitetônico lindíssimo, sóbrio em seu exterior e vivo em seu interior - tipico de edificações com influência jesuítica. Possui painéis de azulejos bastante conservados na área do antigo Convento, além de diversos ambientes com belas pinturas. O interior da Igreja é ricamente decorado, com um cuidadoso trabalho de entalhe e douração em ouro, com esculturas bastante expressivas. Construída entre 1686 e 1797, não se encontra com toda a sua estrutura aberta a visitação. Tombado pelo Iphan como um dos conjuntos mais expressivos do Barroco Brasileiro, é classificado como uma das Sete Maravilhas de origem Portuguesa no Mundo.
Os painéis adornam toda a área interna do pátio central - nem preciso dizer que para uma apaixonada por azulejaria como eu o tempo correu enquanto fiz uma volta completa no entorno, observando cada minimo detalhe, preciso?
Apesar de algum desgaste em azulejos, colunas, forros e pinturas, no geral tudo está bem conservado. O interior da Igreja é diferenciado, entretanto. Se encontra impecável, com capelas e púlpitos ricamente decorados. Em meio aos trabalhos de entalhe há muitas imagens, de anjos e pássaros, além de alguns complementos mais contemporâneos.
Como não fazíamos parte dos grupos que chegam para rápidas visitas e saem apressados, aproveitamos para sentar, descansar no interior fresco do templo enquanto analisávamos detalhes, trocávamos impressões.
Saindo dali, após caminharmos pelo Pelourinho, chegamos a Catedral Basílica Primacial (Catedral da primeira arquidiocese do Brasil), por onde havíamos passado algumas vezes, mas sem visitar. Então era chegada a hora de entrar e conhecê-la. Mais sóbria, tanto no exterior como em seu interior, se comparada com a Igreja de São Francisco, mas não menos bela. Se encontrava com o altar em reforma, o que impediu uma visão ampla de seu interior.
Construída a partir da antiga capela de Nossa Senhora D'Ajuda de 1549, foi erguida e ornada entre os anos de 1657 e 1746. Com arquitetura Barroca, sofreu forte influência Maneirista - movimento de origem italiana e que preza pelo dinamismo de formas. Construída em pedra de Cálcario de Lioz importadas de Portugal, da mesma origem daquelas que ergueram o "Mosteiro dos Jerônimos", em Belém - Lisboa. Os Sinos, instalados em 1681, também foram importados de Portugal.
O altar-mor, construído entre 1665/1670 é considerado de grande importância histórica, pois é um dos poucos de influência maneirista no Brasil.
Conjuntamente com a visita ao interior da Igreja, fizemos uma visita a Sacristia e demais instalações internas - mediante o pagamento de pequena contribuição. Assim, tivemos acesso a algumas pinturas, móveis, belas imagens de santos em madeira, além de uma vista belíssima a partir de seus janelões. Há muitas pinturas, mas as mais expressivas são aquelas em caixotões no teto da sacristia, onde podemos identificar muitos personagens conhecidos da história do Brasil.
No Pelourinho temos também a Igreja da Ordem terceira de São Domingos, ainda mais linda quando iluminada nas noites baianas. E a mais linda e fotogênica de todas (azul), restaurada, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
Saindo de Salvador, rumamos ao Sul, escolhendo a saída pelo recôncavo baiano. Passamos por Santo Amaro e demos uma paradinha na Igreja Matriz de Nossa da Purificação - mas ela estava fechada, uma pena.
Outras pelos caminhos....
Nossa chegada a Ilhéus, a cidade das histórias de Gabriela e de Terras do Sem Fim, se deu pela Catedral de São Sebastião, junto a Praça Central. No dia seguinte, uma visita a Igreja Matriz de São Jorge dos Ilhéus, simples e simpática.
No famoso Quadrado de Trancoso nos apaixonamos pela linda capela branca, onde nos permitimos momentos de fé, de oração.
De Trancoso até nosso retorno ao Sul, rodamos e rodamos. Mas não sem uma paradinha em Arraial D'Ajuda.
Da simplicidade das Igrejas e pequenas Capelas interioranas, até os mais belos exemplares da Arte Barroca, nossas andanças pela Bahia, percorrendo os Caminhos de Jorge Amado, foram recheados de Fé e de belezas. Arte Colonial pura, preservada, viva. Como disse no titulo, um pouco de religiosidade pelos caminhos.
Das Igrejas as Capelas, da riqueza a simplicidade. Com uma história que se confunde com a história do Brasil, desde o descobrimento, a Bahia preserva um patrimônio espetacular em arte sacra, em painéis, pinturas, esculturas em madeira e barro, além da azulejaria. Vimos de tudo "Pelos Caminhos de Jorge".
Nossos primeiros dias junto aos baianos foram nas terras de Tieta, em Mangue Seco - uma pequena vila, entre o Mar e o Rio Real, na divisa com Sergipe. Lugar de beleza impar, possui no centro do vilarejo de ruas de areia uma simpática capela azul e branca, voltada para o Mar. A Capela se encontra fechada, parece que os santos foram retirados pelo pároco responsável, pelo receio que o mar avançasse e as destruíssem. Mas os santos padroeiros do vilarejo são Nossa Senhora da Boa Viagem e Jesus da Boa Viagem e estão na fé daquele povo. Simples como o povoado, mas imponente, no centro da praça central.
Em nosso retorno a Salvador, após estadia em Mangue Seco, visitamos a Igreja Basílica Senhor Bom Jesus do Bonfim, cercada por milhares de fitinhas coloridas, um centro de peregrinação diário. Vasculhamos um pouco de suas instalações, cumprimos o ritual de agradecimentos, saímos de lá com os corações leves e felizes.
Como salvador conta com uma infinidade de Igrejas, escolhemos apenas algumas para visitar, sendo que destaco a de São Francisco e a Basilica, no Pelourinho. Ambas possuem elementos surpreendentes e para os fãs de Arte Sacra, a visita deve se dar com calma.
A Igreja e Convento de São Francisco formam um conjunto arquitetônico lindíssimo, sóbrio em seu exterior e vivo em seu interior - tipico de edificações com influência jesuítica. Possui painéis de azulejos bastante conservados na área do antigo Convento, além de diversos ambientes com belas pinturas. O interior da Igreja é ricamente decorado, com um cuidadoso trabalho de entalhe e douração em ouro, com esculturas bastante expressivas. Construída entre 1686 e 1797, não se encontra com toda a sua estrutura aberta a visitação. Tombado pelo Iphan como um dos conjuntos mais expressivos do Barroco Brasileiro, é classificado como uma das Sete Maravilhas de origem Portuguesa no Mundo.
Apesar de algum desgaste em azulejos, colunas, forros e pinturas, no geral tudo está bem conservado. O interior da Igreja é diferenciado, entretanto. Se encontra impecável, com capelas e púlpitos ricamente decorados. Em meio aos trabalhos de entalhe há muitas imagens, de anjos e pássaros, além de alguns complementos mais contemporâneos.
Como não fazíamos parte dos grupos que chegam para rápidas visitas e saem apressados, aproveitamos para sentar, descansar no interior fresco do templo enquanto analisávamos detalhes, trocávamos impressões.
Saindo dali, após caminharmos pelo Pelourinho, chegamos a Catedral Basílica Primacial (Catedral da primeira arquidiocese do Brasil), por onde havíamos passado algumas vezes, mas sem visitar. Então era chegada a hora de entrar e conhecê-la. Mais sóbria, tanto no exterior como em seu interior, se comparada com a Igreja de São Francisco, mas não menos bela. Se encontrava com o altar em reforma, o que impediu uma visão ampla de seu interior.
Construída a partir da antiga capela de Nossa Senhora D'Ajuda de 1549, foi erguida e ornada entre os anos de 1657 e 1746. Com arquitetura Barroca, sofreu forte influência Maneirista - movimento de origem italiana e que preza pelo dinamismo de formas. Construída em pedra de Cálcario de Lioz importadas de Portugal, da mesma origem daquelas que ergueram o "Mosteiro dos Jerônimos", em Belém - Lisboa. Os Sinos, instalados em 1681, também foram importados de Portugal.
O altar-mor, construído entre 1665/1670 é considerado de grande importância histórica, pois é um dos poucos de influência maneirista no Brasil.
No Pelourinho temos também a Igreja da Ordem terceira de São Domingos, ainda mais linda quando iluminada nas noites baianas. E a mais linda e fotogênica de todas (azul), restaurada, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
Saindo de Salvador, rumamos ao Sul, escolhendo a saída pelo recôncavo baiano. Passamos por Santo Amaro e demos uma paradinha na Igreja Matriz de Nossa da Purificação - mas ela estava fechada, uma pena.
Nossa chegada a Ilhéus, a cidade das histórias de Gabriela e de Terras do Sem Fim, se deu pela Catedral de São Sebastião, junto a Praça Central. No dia seguinte, uma visita a Igreja Matriz de São Jorge dos Ilhéus, simples e simpática.
No famoso Quadrado de Trancoso nos apaixonamos pela linda capela branca, onde nos permitimos momentos de fé, de oração.
De Trancoso até nosso retorno ao Sul, rodamos e rodamos. Mas não sem uma paradinha em Arraial D'Ajuda.
Da simplicidade das Igrejas e pequenas Capelas interioranas, até os mais belos exemplares da Arte Barroca, nossas andanças pela Bahia, percorrendo os Caminhos de Jorge Amado, foram recheados de Fé e de belezas. Arte Colonial pura, preservada, viva. Como disse no titulo, um pouco de religiosidade pelos caminhos.
Post belíssimo : texto e fotos.
ResponderExcluirObrigada Lilian!!! BjO!
ExcluirUma aula de cultura e história!! Muito bacana o Post. Lembrei ter passado faz uns 10 anos na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos(Pelourinho). Fazer que nem diz Caetano "...a Bahia é linda.." Abçs..
ResponderExcluirNão tem Igreja mais fotogênica que a de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, não? Linda! Beijo, querido.
ExcluirComo disse o Eduardo, uma aula de cultura. Mas já percebi por outras publicações que você gosta muito desse lado voltado para arquitetura, etc. E daí foge um pouco daquele trabalho comum em blogs de viagem, que dizem o que está no wikipedia e dão dicas de como chegar. Prefiro textos como os seus, que encantam, apaixonam e que efetivamente nos deixam com o sonho de conhecer o lugar. Maravilhoso e parabéns. Muita inspiração para encher o blog de outros textos tão maravilhosos como esse. Bjss.
ResponderExcluirLúcia, meu desejo de ser arquiteta na adolescência, transfiro para as postagens do blog - apesar de ter certeza que a advocacia foi a decisão mais acertada que tomei na Vida. Essa diferença, acredito, se dê pelo fato de meu blog ser na verdade um Diário de Viagens. Como digo na apresentação dele, um Diário de Viagens para ser partilhado entre amigos, pessoas que vão chegando e passam a fazer parte desse mundinho. Obrigada, fez uma blogueira muito Feliz hoje! Abraços.
ExcluirBelezura!
ResponderExcluirBom relembrar as igrejas, igrejinhas e igrejonas da Bahia.
Ah, nós pegamos a N.S.da Purificação aberta. ;-)
Pronto, invejei Carmem. Gostaria de ter entrado, também. :-) Beijo!!
ExcluirLindo post, alias linda tbem esta viagem pelos caminhos de Jorge. Inspiradora...
ResponderExcluirObrigada, obrigada Flora! Fazer um roteiro diferenciado, com razões poéticas, foi inspirador. Tentei passar para as postagens um pouco dessa emoção, do ato de ir vivendo um pouco daquelas histórias. Fico feliz quando compartilham comigo que funcionou também para quem acompanha, para quem lê. Abraços!!
Excluir