Castelo de São Jorge: dos olhos aos caminhos que nos levam ao Tejo.



De todas as atrações de Lisboa, o Castelo foi a de que mais ouvi falar desde que cheguei na cidade. Já no check-in no hotel fui informada que do restaurante a noite teríamos uma vista privilegiada do Castelo iluminado - verdade! Ao sair na manhã seguinte o porteiro alertou que o Elétrico 28 e que tem ponto em frente ao hotel nos levaria ao Castelo. E assim foi, um comentário aqui, uma observação ali. Tínhamos uma programação alinhavada para os primeiros dias que não o incluía. E no meio do caminho tivemos um dia de Greve Geral, e o que fazer? Ir ao Castelo, pois as informações veiculadas davam conta de que seria a única atração em funcionamento - e lá fomos nós e todos os turistas que se encontravam em Lisboa. 




O Elétrico 28 possui um trajeto interessante, por algumas ruas estreitas, onde passa bem junto as fachadas do casario. Descemos do Elétrico, um dos poucos meios públicos de transporte em funcionamento, curtimos a vista belíssima e empreendemos uma pequena caminhada até chegarmos ao destino. E? Fechado, ao contrário do divulgado. Bom, aproveitamos para curtir a vista do mirante, fotografamos e partimos, com água na boca. E lá fomos, circulando, curtindo os caminhos, até o Pátio da Galé - ganhamos a manhã! 






Nossa estada inicial na cidade se encerraria na manhã seguinte e fomos obrigadas a deixá-lo para o retorno, antes de nossa volta ao Brasil. Quando voltamos de Roma, a manhã seguinte foi inteiramente reservada à ele, do que não nos arrependemos. Novamente um belo passeio de Elétrico até as proximidades, alguns momentos para curtir a belíssima vista, e após uma breve caminhada até o Castelo. E lá estava ele, imponente e com as portas abertas à nossa curiosidade. 


O Castelo é mais do que as ruínas, é seu entorno e, especialmente, a vista da cidade que proporciona - do casario e do Tejo, com suas águas em contraste com um céu de azul límpido e único. Tenho a dizer que os quartos de hora se passaram sem que eu percebesse enquanto curtia aquela abertura sobre a cidade e a fotografava. 





A área exterior, junto as muralhas, é lúdica e nos permitimos momentos de meninices,  muitas risadas e ainda mais de contemplação. Fotos? Muito intimas, por assim dizer!! 



Mas foi chegada a hora de visitar as ruínas, tentar retirar daquelas pedras um pouco de história, um pouco de Vida. Caminhos, escadas e escotilhas, alguns pontos quase inacessíveis para mim, mas todos os caminhos percorridos. Por alguns minutos fomos conduzidas ao passado, vimos com outros olhos a importância estratégica daquela construção, sem contar que é um mirante sobre toda a região que o cerca.






Lá do alto, entretanto, não foi aquela vista esplêndida que mais nos marcou, mas uma aula de história ao vivo no jardim. Debruçadas na torre acompanhamos uma aula ministrada a uma turma de pequenos estudantes - uma aula prática, lúdica, in loco e tão diferente de nossas aulas folheadas à distância. Ouvíamos a história, tão viva no sotaque daquele mestre, percebíamos a curiosidade dos pequenos e fomos tocadas por um lindo encantamento - lá permanecemos por considerável lapso, furtando um pouco daquele conhecimento, espiando-os do alto. 



E qual o significado daquela construção na história da cidade e do país? Por quem e para que restou construído? A área do Castelo foi ocupada ao longo dos tempos, desde anos a.C., por inúmeros povos, entre os quais se destacaram os fenícios e gregos, conforme vestígios arqueológicos expostos no Museu. No século XI possível fortificação ali existente restou demolida para a construção do Castelo e de suas muralhas, além de uma zona residencial. Sob domínio muçulmano, foi construído de acordo com as tradições daquele povo. Em 1147 convertido em domínio português, foi transformado em sede militar e a área onde hoje está o Museu em residência oficial dos reis de Portugal. Entretanto, embora parcialmente remodelado, não lhes foram suprimidas as características originais. E seguiu com sua função maior, a de guarnecer a costa do Tejo contra invasores, até o terremoto de 1755 quando o Paço Real de Alcáçova ficou em ruínas. 





Ao retornarmos ao pátio, ingressamos no Museu, onde uma exposição de materiais e textos conta um pouco da história daquela edificação, de sua importância histórica e de onde se é conduzido a uma pequena loja, onde são vendidas lembrancinhas, livros e outros.




Num pequeno jardim há vários pavões circulando, exibidos, fazendo poses às câmeras ávidas pelo registro de suas cores. 


Concluída a visita, mais uma vez partimos em busca de novos caminhos, de novas curvas que nos levassem mais uma vez às margens do Tejo. 





2 comentários

  1. Ah, como é bom relembrar os lugares que já estive! Ainda mais essa semana que estou postando sobre Portugal! Do hotel que fiquei lá, tinha uma vista bem legal do castelo e claro que fomos visitá-lo um dia.

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    1. E eles sabem vender bem a cidade, sem exageros, não? Lugar para retornar, sempre! Abraços!

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