Mosteiro dos Jerónimos: do Gótico ao Renascentista.




Há pontos turísticos que por sua natureza arquitetônica, mesmo que despidos de outros elementos móveis, possuem uma beleza em si. Esse é o caso do Mosteiro dos Jerónimos, em Belém - Lisboa. 



O passeio interno importa mais em analisar toda a série de elementos arquitetônicos, andar por seus espaços livres, pois há muito pouco no que se refere a pinturas, esculturas e outros elementos. Mas a beleza de sua fachada e de seu interior é requintada, numa sofisticação de detalhes única.






No local onde hoje se encontra o Mosteiro, na região do Restelo, junto ao Tejo, havia em principio uma ermida, dedicada a Nossa Senhora da Estrela - protetora dos navegantes. Posteriormente, Dom Henrique mandou ampliá-la, dedicando-a a Santa Maria de Belém. Muitos anos após, desejando marcar a "Descoberta do Caminho Marítimo para as Índias" o Rei Dom Manoel I manda erigir o grandioso Mosteiro. 


Mas não pensem que era um abnegado, sem qualquer interesse pessoal. Não, ao contrário da visão poética, pretendia uma construção de vulto, suntuosa, pois lá mandaria que fossem depositados seus restos mortais, bem de como de seus descendentes, de sua dinastia. Para que o local fosse mantido de acordo com suas especificações e desejos, o entregou a Ordem de São Jerónimo, que permaneceu responsável pelo local até a extinção das Ordens Religiosas em Portugal, em 1833.


Com a pedra fundamental cravada no Dia de Reis de 1501, foi sendo construído em etapas. Todo em calcário de lioz extraído das proximidades e de outras regiões próximas ao Tejo, contrasta com as águas do rio e o azul do céu, numa beleza sem igual. Como as obras levaram um século, muitos foram os mestres responsáveis e cada qual deixou sua marca, um pouco de seu estilo. Mesmo concluído, ainda sofreu diversas modificações nos séculos seguintes, inclusive com a colocação de arcas funerárias de outros importantes nomes portugueses, mas que não pertenciam a nobreza - Vasco da Gama e Luiz de Camões. 


A obra foi projetada no estilo Gótico português, que no final do século XIX era designado por Manuelino. A partir de 1517, já sob o comando de outro mestre, foram introduzidos elementos Renascentistas. Essa mescla de estilos fica clara nos detalhes. 




Andar e andar, essa tem que ser a intenção do visitante. Andar, parar, observar e andar. Os detalhes se sucedem, se alternam e surpreendem. Olhos atentos para perceber a riqueza de detalhes, a alternância de estilos. 




Para que o visitante possa ter uma idéia da história e dos personagens envolvidos, há a Exposição "Mosteiro dos Jéronimos, um lugar no tempo", onde a história da construção do Mosteiro é comparada com outros importantes fatos históricos, de modo a situá-lo no tempo. 




O que dizer desses amplos espaços, tão cheios de detalhes e curvas?




E as engenhocas graciosas por onde as águas das chuvas escorrem para os jardins?


Mas há tanto mais o que ser visto, como os componentes internos da Igreja, os túmulos de Vasco da Gama e de Luiz de Camões. 



E como é belo o altar do Senhor dos Passos, não?


Mas como quando posso puxo a sardinha para meu assado, olha eu aí dando uma aula para as Monjas! Ops, que heresia não? Tudo bem é a Santa Paula, numa bela pintura renascentista, ao que parece. 


Como não posso colocar aqui todas as belas imagens captadas naquele inicio de tarde ensolarado, deixo mais algumas apenas para que desejem ir ou retornar aquele belo local. 







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