"Como sempre digo - amigos: do olhar a mão!"
A orla do Guaíba em Porto Alegre passou décadas abandonada. Aos poucos nós a fomos integrando a vida cotidiana e, bem aos poucos, o Governo Municipal a foi urbanizando. Primeiro umas árvores e uns poucos bancos, após muitos outros bancos, iluminação, algumas quadras esportivas. Mais tarde, o Anfiteatro. Mas queríamos mais, precisávamos de muito mais. Então chegou o Iberê.
Assim mesmo, Iberê, intimo, de casa. O artista e nós. O Museu e o Guaíba. Da paixão do gaúcho por Iberê surge às margens do Guaíba (seja rio, seja lago, seja estuário) a Fundação Iberê Camargo.
Da morte do artista até a inauguração do prédio às margens do Guaíba a obra permaneceu exposta na antiga casa onde possuía atelier, na zona sul de Porto Alegre. Mas daquela forma a Fundação se encontrava acanhada, sem dar vazão as possibilidades que as obras de um de nossos maiores artistas requeria. Lançada a idéia, o projeto se desenvolveu rapidamente e em 2008 a cidade ganhou o prédio branco.
Projeto do arquiteto português Alvaro Siza, foi integralmente construído em concreto armado branco aparente e recebeu o Leão de Ouro na Bienal de Arquitetura de Veneza (2002). Foi uma obra que já nasceu vencedora e como tal foi recebida pela população, que rapidamente a integrou ao cotidiano da cidade.
No último sábado a visitei, aproveitando uma tarde ensolarada e que me proporcionaria belas imagens. Numa região de fácil acesso, entre o centro histórico e a zona sul da cidade, tornou-se ponto de encontro, especialmente aos finais de tarde. Numa cidade sem mar, o Guaíba é onde deixamos que nossos olhos se encantem com o entardecer, com a partida do Sol.
O Iberê se encontra com o Guaíba e se confundem, nos encantam. Aquela estrutura branca e cheia de arte se abre para a cidade pelas águas do rio, enquanto que a cidade a invade, através das pessoas e do sol. É um espaço de interação absoluta, com a natureza invadindo e modificando as obras expostas, deixando que o olhar dos visitantes permitam aquela interação.
As aberturas que visam permitir que o visitante aprecie o rio e a vista da cidade ao longe, iluminam o interior da construção. Dão um tom especial ao ambiente.
E as exposições? Variadas, para gostos diversos.
Num primeiro pavimento, obras dele: Iberê Camargo - "O Carretel - Meu Personagem".
Depois, mais dois pavimentos com obras de Paulo Pasta - "A pintura é que é isto" e de Elida Tessler - "Gramática Intuitiva".
Louco, achei apenas duas palavras: Nômade e Viajante!
No térreo um espaço para a conversa, com bancos e uma simpática lojinha - os pequenos animais da lagoa dos patos que se encontram a venda são lindos - mas há livros, postais, etc.
Anexo ao prédio há um café, com algumas mesas na área externa, sempre muito procurado. Mas como não há mesas suficientes para a demanda, os visitantes usam os degraus em frente ao prédio para sentar, conversar, fotografar, meditar e, especialmente, para esperar o espetáculo do por-do-sol - que é único!
Curti as exposições, mas me deliciei com o encontro do Iberê com o Guaíba, do Guaíba com o Iberê. E que belas imagens fiz naquelas horas, que cores, que luzes. Impossível distribui-las todas nesse post, então deixo algumas para que entendam meu encantamento.
Adorei Paula! Hoje mesmo vi um texto falando sobre este lugar e não vejo a hora de ir a PPorto Alegre e visitá-lo! Belas fotos! ABraços
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