Para nós a experiência se resumiu a um dia de visitas e andanças, insuficiente para conhecer e sentir, efetivamente, aquela terra e sua gente. Mas suficiente para colocá-la nos planos para o retorno próximo.
Há muito o que se conhecer, muitas visitas a serem feitas, mas especialmente muito o que sentir e ver por suas ruas, por suas vielas e suas escadinhas. Cada pequena entrada conduz ao novo, possui um tom, normalmente dado por belos detalhes de azulejaria mudéjar, herança das invasões e retomadas - hibrido de cristão e muçulmano. Arte perpetrada pelos islâmicos que permaneceram em terras cristãs após a retomada do território, numa mescla de culturas de resultado único e que possui um conjunto bastante preservado na região.
Chegamos com um roteiro traçado de forma simples, para fazermos naquele dia, sem correrias. Na chegada o primeiro encontro com o belo, na estação de comboios.
Após colhermos algumas informações e nos situarmos na conformação geográfica do lugar, optamos pelo transporte público até o Palácio da Pena, por estradas estreitas em meio a mata. Depois de uma visita demorada, em meio a um aglomerado de turistas, retornamos ao centro histórico para um passeio.
Caminhamos pelas pequenas vielas e escadinhas, observamos a arquitetura, o comportamento social. Fotografamos. O dia quente e agradável de outono era convidativo a caminhadas.
Resolvemos fazer a visita ao Palácio Nacional antes da pausa para o almoço. Visita facilitada por um número pequeno de turistas no horário escolhido, eis que a maioria já lotava os pequenos restaurantes. Curtimos os detalhes, fotografamos (máquinas liberadas pela segurança, como deveria ser em todo o lugar) e saímos de lá a procura de um lugar para matarmos a fome que já consumia nossos pensamentos.
Chegamos em Sintra com apenas dois pontos certos no roteiro - Palácio da Pena e Quinta da Regaleira. O restante deixamos para as escolhas aleatórias do dia, inclusive o restaurante. Não olhamos guias, indicações, apenas observamos o entorno e fugimos daqueles lugares com mesinhas na calçada e lotados de turistas. Uma plaquinha charmosa nos encantou e lá fomos espiar - lugar simpático, com poucas pessoas, um funcionário amável e uma mesinha perfeita a nossa espera. Almoçamos no "Adega das Caves" e recomendamos - comida maravilhosa, atendimento amável e preço de acordo com o oferecido.
Mais um pedido de informações e partimos a pé em direção a Quinta da Regaleira. Observamos que poucas pessoas optam pela caminhada, certamente para ganharem tempo e somarem mais atrações ao roteiro, mas nós queríamos apenas viver aquele lugar no limite do tempo que tínhamos, sem pressa. Não houve arrependimento. A estrada que liga o centro histórico a Quinta possuía uma beleza arquitetônica e natural que somente pode ser apreciada numa caminhada, com calma - naqueles momentos curtimos muito da azulejaria que reveste prédios e fontes, observamos a vida, o cotidiano de seus moradores, apreciamos a vista e a natureza que se mostrava tão serena na tarde ensolarada e fresca. E após alguns minutos de muitas imagens e nenhuma pressa, avistamos a Quinta da Regaleira, imponente, a nossa esquerda. Nossa visita já foi contada no blog, nesse post Aqui.. Minha escolha em Sintra, e posso dizê-la uma feliz escolha.
Ganhamos nossa tarde em meio aquele conjunto de prédios e jardins que formam a Quinta. Pretendíamos retornar de autocarro, mas em vista do prazer de nossa caminhada de vinda, resolvemos empreendê-la também no retorno. No caminho, um charmoso ferro velho (adoramos "cacarias") , lojinhas de lembranças da terra (com preços maravilhosos), mais alguns detalhes não percebidos na ida e quando percebemos já estávamos novamente nos arredores do Palácio Nacional.
Hora de curtirmos as lojinhas turísticas, de tomarmos uma Ginja nos pequenos e deliciosos copinhos de chocolate (gostei foi do copinho, óbvio).
E agora? Todos começavam a se deslocar para a estação de comboios, optando por uma parada de autocarros próxima. Mas ainda possuíamos gás e não tínhamos bem certeza da distância envolvida: partimos a pé. Aviso que a caminhada era um pouco longa, especialmente se considerado que já estávamos no final de um dia de muitas andanças e quase nenhum descanso. Mas confesso, que apesar de momentos de arrependimento, curtimos muito aqueles caminhos.
Depois de uma caminhada puxada chegamos novamente a estação de comboios, linda, com seus azulejos espetaculares e, finalmente, aproveitamos a viagem de volta para ai sim descansarmos a bordo daquele trem, novo e impecavelmente limpo, até Lisboa.
Oi, Paula. Tudo bem? :)
ResponderExcluirSeu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Natalie - Boia
Paula!!! Que delícia. Eu não fui a Sintra e me arrependi. Pelo menos matei um pouquinho a curiosidade aqui.
ResponderExcluirParabéns
Jr Caimi
Obrigada, Jr. É um lugar encantador, gostoso de visitar! Abraços!
ExcluirPaula
Gosto de ir a Sintra para comer os travesseiros da piriquita. Ummmmmm :)
ResponderExcluirGostei do post!
Bjim