PITADAS DO RIO GRANDE: O Gigante está Vivo!


Numa surpreendentemente quente manhã de inverno em Porto Alegre, no sábado dia 06/07/2013, me juntei a um simpático grupo para participar do Free Walk POA. O ponto de encontro? O Chalé da Praça XV, junto ao Largo Glênio Peres. 

São Pedro, se imaginando não convidado para o passeio, em súbito ataque de mal humor, fez chover forte e repentinamente.  Onde se abrigar? Corremos todos para o interior de um simpático prédio centenário, o Mercado Público de Porto Alegre. Reunidos em uma área livre, enquanto esperávamos o aguaceiro passar, aproveitamos para comentar acerca da história daquele imponente prédio, localizado quase às margens do Rio Guaíba. Para passar o tempo aproveitei para capturar algumas imagens da construção e de sua gente, mas foram poucas, pois não quis me afastar do grupo - uma pena! 


Após aqueles breves instantes, saímos e demos às costas aquele lugar, na certeza de que sempre estaria lá, daquele jeitinho. Partimos em busca de outros prédios, outros monumentos, de mais história. E lá ficou ele, recebendo tantas visitas, tantas pessoas ávidas por suas especiarias, suas frutas, vinhos e delicias - uma imensa procura por ingredientes para Mocotó, Feijoada, Fondue.... 


O dia correu, a noite chegou. Entro no twitter para uma última interação antes de desejar boa noite e quando já estou desconectando percebo um tweet que balançou meu coração: incêndio no Mercado Público. 


Naquele momento meu coração não era o único a sofrer, em instantes éramos tantos na TL como nas ruas, em frente aos televisores, ao telefone. Tantos porto-alegrenses, tantos gaúchos acompanhando o desenrolar daquele triste fato numa noite fria, escura e chuvosa. As imagens assustadoras: o fogo o consumindo, a fumaça tomando conta da cidade. 



E um fato tantas vezes já discutido nos assombrou à todos, as condições de trabalho dos Bombeiros. As noticias que chegavam variavam entre falta d'água, pressão insuficiente ou excessiva (cada politico sustenta uma das afirmações) e até de carência de escadas. Naqueles momentos, além de pensar na perda incalculável que seria a destruição de um dos mais importantes e centrais monumentos arquitetônicos de Porto Alegre, só conseguia agradecer pelo desastre estar se dando num horário em que o espaço já se encontrava fechado ao tráfego de pessoas. Todos, inclusive os sistemas de meteorologia, frente as noticias das dificuldades no combate as chamas, esperávamos pela chuva que se aproximava da Capital para que o fogo fosse extinto - acreditem, isso em 2013! 


Não tivemos vítimas. A destruição foi bem menor do que a imaginada: há quem sustente que importou em torno de 30% da área, os órgãos governamentais falam em apenas 10%. O fogo destruiu a linda cobertura de madeira e telhas de barro e muitas das lojas do segundo piso, mas poupou os estabelecimentos do andar térreo, onde se concentra a maioria dos comerciantes. Mas esse ancião (fundado em 1869), que tantas batalhas já lutou, nos deixou mais um ensinamento: não podemos fechar os olhos para as condições de trabalho do Corpo de Bombeiros, pois sempre haverá o dia em que precisaremos dele, não só dos homens de boa vontade, mas de equipamentos aptos e eficazes. 


Pelas informações extraoficiais o maior prejuízo que fica é a destruição do Museu do Mercado, um pouco de nossa história teria desaparecido naquela noite. Mas o Mercado ficou, sobreviveu mais uma vez ao fogo (1912, 1976 e 1979). 

Em poucos dias estará reaberto, servindo de passagem, de ponto de encontro e de compras para todos aqueles que transitam pelo Centro Histórico de Porto Alegre. Esperamos que em poucos meses esteja restaurado. #oremos 

4 comentários

  1. Ainda bem que logo estará reaberto e tomara a recuperação seja logo! Foi um susto enorme por aqui! abraços,chica

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    1. Foi, Chica. Mas ao que parece foi bem menos grave do que se supunha pelas imagens! Abraços,

      Paula

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  2. Boa notícia, Paula. Tenho imenso carinho pelo Mercado de Porto Alegre, onde já passei muitos momentos maravilhosos, com amigos queridos. O Mercado é a cara da generosidade do espírito do Fórum Social Mundial e de farras homéricas em outras circunstâncias mais profanas. Faz tempo que não vou lá, mas assim que ele for reaberto, quem sabe não é a senha para eu voltar a POA?
    Bjs

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    1. Hum, quero ouvir histórias de "circunstâncias mais profanas", mas pessoalmente. As gaúchas a estarão esperando nesse retorno. Que seja em breve! :-)

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