LA BOQUERIA: um Mercado de cores e sabores em Barcelona

 

Barcelona é uma cidade encantadora, tem inúmeros lugares de visitação obrigatória. Um desses lugares é o La Boqueria.

O Mercat de Saint Josep de La Boqueria (em catalão) é o primeiro Mercado de Barcelona, tendo sido inaugurado em 19/03/1840, dia de São José e no local onde funcionava o Convento em seu nome.

 

Situado nas Ramblas é muito frequentado pelos residentes, mas ainda mais pelos turistas. Se você necessita chegar por transporte público, desça na estação Metro Liceu.

Quando estava montando nosso roteirinho por Barcelona logo o coloquei na lista, uma vez que gosto de conhecer os mercados, sentir como o residente sente sua cidade e, especialmente, conhecer os hábitos alimentares dos locais. Então, malas no Hotel e já partimos para as Ramblas.

Como o Hotel escolhido estava bastante próximo do La Boqueria, logo o avistamos e, embora já estivesse encerrando suas atividades diárias, tivemos tempo para uma olhada geral e para comprarmos saladas de frutas, para um rápido lanche. Na manhã seguinte, como em todas as que estivemos em Barcelona, nos dirigimos até lá para o café da manhã, já que no Hotel não era servido.

Embaixo de uma grande estrutura de ferro, com vitrais em art nouveau, estão dispostas bancas que vendem de frutos do mar a especiarias.

 

O Mercado é bastante organizado. Há setores para gêneros variados, como doces e frutas, especiarias, frutos secos, azeites, entre outros. Na área central há um círculo, onde estão as bancas de peixes e frutos do mar em geral. Mais ao canto há uma pequena oferta de carne vermelha.

Estando Barcelona junto ao Mar Mediterrâneo, nada mais natural que seus habitantes estejam acostumados aos alimentos que o Mar oferece. Logo, no La Boqueria há uma oferta surpreendente de frutos do mar, dispostos em imensos tablados (balcões abertos) e sobre grossas camadas de raspas de gelo. Pela manhã é possível observar o cuidado com que são dispostos os animais em meio a substancial oferta de gelo, mantendo-os devidamente refrigerados e muitos ainda vivos.

 

 

Quanto aos frutos do mar confesso que muitos eram para nós desconhecidos. Outros, embora conhecidos, contavam com espécies estranhas, novas, coloridas, alguns de tamanhos impensáveis. Como fizemos várias visitas ao longo dos dias, em horários variados, tivemos a oportunidade de olharmos tudo com atenção. Há camarões, lagostins, moluscos, caranguejos, entre tantos outros.

 

Após alguns dias na Europa e já sentindo falta do consumo desenfreado de frutas ao qual estamos acostumadas, chegamos ao paraíso. Há frutas de todos os tipos e cores, para todos os gostos. É possível adquiri-las in natura, em forma de sucos, picolés, picadas ou em saladas de frutas prontas para o consumo (inclusive com o garfinho).

 

 

 

Há bancas especializadas em doces. Frutas cristalizadas, chocolates, rapaduras, biscoitos, torrones, entre outros. Compramos alguns diferentes para provarmos, mas achamos que são menos doces do que estamos acostumadas. Muitos picolés, maravilhosos para dias quentes de outono.

 

 

As especiarias estão espalhadas pelo mercado. Há in natura, mas há também já acondicionadas. Há variedade de oferta de cogumelos. Muita oferta de nozes e avelãs, além de outros grãos.

 

 

De tudo o que vimos, além da diferença no acondicionamento dos alimentos (peixes fora de balcões refrigerados, o que é impensável em Porto Alegre, mas que tive oportunidade de presenciar anos atrás no Recife), o que mais nos chamou atenção foram as espécies de animais à venda e a forma como são disponibilizados, especialmente animais de caça. Há coelhos e faisões com a pele e penas. Há galinhas com a cabeça, o que há anos não encontro por aqui. Momentos em que percebemos claramente as diferenças culturais no dia-a-dia.

 

 

 

Uma das ofertas e que possui grande saída pelo que pudemos observar, eis que pela manhã enchiam os balcões e a noitinha já haviam desaparecido, são as cabeças de ovelha, prontas para o consumo. Embora a venda desse corte não fosse uma surpresa, pois já havia visto fotografias em sites e blogs, a surpresa ficou por conta da grande procura. Já relatei isso nesse post: quando criança na fazenda de meus avós era comum no dia em que carneavam os animais para consumo que a cabecinha fosse limpa e assada para ser consumida pelas crianças, como um prato especial, um presente para os pequenos. Para mim, acostumada a vida na Capital, era realmente especial, diferente e até hoje comentado. Acredito que tal costume esteja se perdendo, mas estará sempre vivo no meu coração e em minhas histórias. Não descobri como costumam preparar por lá, mas acredito que não seja de forma muito diferente, eis que se apresenta limpa e não possui muita carne.

 

Mas, falando em Espanha, não poderia deixar de falar da oferta de Jamón (presunto), de tipos e preços variados. Desde a primeira banca que se avista logo na entrada há Jamón exposto, variando os tipos ao longo das bancas. Há o Serrano e, especialmente, todas as espécies do Ibérico – ai incluído o especialíssimo Jamón de Bellota, o Pata Negra.

 

Visita imperdível em Barcelona. Local para passear, experimentar os sabores, conhecer animais, etc. Para quem deseja lanchar, há opções diversas em bares e restaurantes que circundam a área do mercado, oferecendo as famosas tapas, entre outros pratos.

Mercat de Saint Josep de La Boqueria

Ramblas, 91 – estação Liceu – Barcelona

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