Você se prepara para a viagem,
coloca e tira as roupas da mala até imaginar que as escolhas estão apropriadas.
Daí você fecha, levanta a mala e descobre que está pesada? Não há
alternativa, abra e retire mais peças, que certamente não farão a menor falta.
Finalizado? Então parta feliz e espere passar alguns dias...
Depois de uma
semana de viagem pela Europa não possuíamos mais roupas intimas e calças
limpas, pois as maniáticas por banho vão trocando, trocando até estarem com todas
as peças usadas. Roupa intima dá para remediar lavando no banho, mas não dá
para encarar o preço dos serviços de lavanderia oferecidos pela maioria dos hotéis,
não é mesmo? Bom, estávamos em Barcelona e resolvemos partir para a lavanderia.
Primeiro buscamos
informações, pois queríamos encontrar a mais próxima do Hotel e aí nossa
primeira surpresa, estava ao lado, dobrando a esquina – logo, sem medo de
sair puxando mala rua afora, levei todas as roupas para um banhinho perfumado.
Daí você imagina,
como será que funcionam esses “bichinhos” europeus? Bom, aí mora o perigo, pois
podem ser de várias espécies e cada qual com seus trejeitos, suas manias.
Se você entra naquelas
modernosas, cheias de máquinas bonitas e opções, comece a pensar: “sempre tem
pegadinha”. Leia os procedimentos com atenção, pois o que parece óbvio para
eles, pode não ser tão óbvio para nós, mais acostumados a lugares tomados por
atendentes. Lembre-se, tudo tem uma lógica e basta segui-la: escolher a máquina
e observar seu número, comprar o sabão, comprar o amaciante, pagar pela
lavagem, fechar a máquina e colocar a moedinha no lugar correto. Parece óbvio?
Mas nem sempre é tão simples assim.
Agora, se você der
sorte como nós cairá numa igualzinha a Wash’N Dry na Nou de La Rambla – 19,
quase esquina com a Rambla Dels Caputxins (Rambla dos Capuchinhos). Porque
sorte? Numa pequena loja, meio escura, um Indiano te recebe com um largo sorriso
e tentando se comunicar em qualquer língua existente nesse mundo. Você olha
para o lado e vê umas máquinas iguais aquelas existentes na sua cidade e você
já percebe que não terá que ler um manual antes que a máquina comece a chocalhar
suas roupas freneticamente.
Voltando ao
Indiano, o carinha era uma simpatia. Primeiro tentou vender o seu serviço de
atendente insistentemente, mas como não pretendia deixar minhas roupas nas mãos
dele, resolvemos fazer uso do sistema self service. Adquiridas as fichas para
lavagem e o material (sabão e amaciante) diretamente no balcão, colocamos as
roupas na máquina. Nesse ínterim ele nos descobre brasileiras e enlouquece,
afinal fala português (ou seja lá o que isso signifique para ele) e nos conta
que morou numa cidade do interior do Brasil, mas que acreditava que não conhecêssemos.
Logo imaginamos algum lugar distante, pois ainda estamos nos habituando aos
primeiros indianos que chegam ao nosso Estado. Daí com um sorriso ele solta “Livramento”
e a gargalhada foi geral. Cidade distante de Porto Alegre 500Km
aproximadamente, mas que por ser fronteira com Riveira visitamos com
frequência. Bom, como se pode imaginar a receptividade aumentou instantaneamente
e ele próprio tomou a frente dos serviços e colocou sabão, amaciante (dobrado
depois da alegria de conhecer as gaúchas) e ligou a máquina. Chocalhadas
depois, passamos as roupas para a secadora por um ciclo e estava tudo pronto
para voltarmos aos roteiros turísticos. Não esqueça de dobrar as roupas ainda
quentinhas, elas ficam usáveis depois disso.
Vale uma observação
que me fez feliz. Como não quis deixar minhas amáveis roupinhas aos cuidados do
Indiano, fiquei lá esperando o tempo passar e descansando os pés para as
caminhadas que pretendia empreender após a parada higiênica. Não é que chega um
rapaz e entrega a mochila para que ele fizesse os procedimentos e sai feliz,
enquanto o indiano atira as roupas no chão, as pisoteia enquanto coloca metade
do sabão e um pingo de amaciante na máquina (sim, metade da dose de sabão e
quase nada de amaciante), antes de ligar a máquina? Vale a máxima: “quer bem
feito, faça você mesmo”.
Olha as precisosas instruções lá em cima!!
A cada viagem
percebo mais e mais a necessidade de viajar leve, deixar espaço para o que se
deseja adquirir. Tenho certeza que jamais chegarei ao ponto de não despachar
bagagem, mas fazendo uso dos serviços de lavanderia pelo Mundo fica fácil
viajar mais leve e andar perfumada (nesse caso perfumadíssima, lembrem que
disse que ele dobrou o amaciante) pelos caminhos da vida.
Visite também:
Para nós mulheres é sempre mais complicado arrumar as malas, sempre acabo levando bem mais do que preciso.
ResponderExcluirValeu as dicas.
Verdade. Sou hiper básica, mas sempre coloco mais uma blusa, mais uma calça... A cada viagem mais leve, mas falta evoluir muito!!! Abraços e obrigada pela visita!!!
ExcluirPaula
Bom saber do detalhe como o indiano tratou as roupas deixadas lá. Quando tiver que fazer isso, eu mesma faço e aproveito pra descansar das andanças!
ResponderExcluirNem nas oportunidades q usei as máquinas em Porto Alegre deixei para as atendentes, acho tão rapidinho, o tempo de ler uma revista. Mas nunca havia visto alguém pisar as roupas na maior tranquilidade. Hahaha!!!
ExcluirPaula
Eu sou exagerada com roupa. Fico me policiando pra levar menos coisa, mas sempre levo demais. Tenho amigos que já perderam várias roupas por conta de deixar em lavanderias durante viagens. Não sei se eu teria coragem... :)
ResponderExcluirA história do indiano que morou no Brasil me lembrou uma que aconteceu com meu marido. Ele foi aos EUA participar de um evento da Adobe que era uma semana de cursos e palestras com gente do mundo inteiro. No meio de taaaaanta gente, pois ele foi dividir a mesa no almoço justamente com um Japonês que já tinha vindo a Petrópolis!!! Curiosidades de viagens. ;)
[]'s
A cada viagem eu levo menos roupas, tento pelo menos. Mas para vários dias é sempre complicado. Nem na minha cidade mando nessas lavanderias muito abertas, só naquelas que as roupas são lavadas longe de meus olhos - "o que os olhos não veem o coração não sente", não é mesmo?!! Imagina, um Indiano no RS? Raros! E um que acha que fala português? Mais raro ainda - mas ele era divertido, simpático e muito educado (salvo com as roupas dos outros)!! Obrigada pela visita!!
ExcluirPaula
Só uma vez usei lavanderia em viagem: em Madri, retornando de um mês pelo Caminho de Santiago e com uma programação de mais um mês passeando por Espanha e Portugal. O mais difícil foi encontrar uma lavanderia aberta, pois em agosto muita coisa fecha por lá.
ResponderExcluirQuanto à mala, tenho um segredinho: levo roupas mais velhas, uso e deixo pelo caminho. E sempre compro umas roupinhas novas no destino...
Eu já não arrisco, contar com roupas novas não combina com meu peso! Tenho uma dificuldade impar em comprá-las!! Gorda e chata! Haha!! Beijo, querida!
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