TRÊS COROAS - RS: um paraíso Budista na Serra Gaúcha

 Antes de minhas férias, estive por duas vezes na cidade de Três Coroas - RS, para visitar o templo Budista lá instalado.

Estava há anos dizendo que gostaria de conhecer e, mesmo estando tão pertinho de Porto Alegre - em torno de 90 Km, ainda não tinha me dado esse presente. Sim, é um presente. O passeio foi tão gostoso que contagiamos outra amiga com nossas histórias e acabamos retornando três semanas após para que ela então conhecesse o local alvo de tanta propaganda.

O Templo Budista Khadro Ling - "Morada das Dançarinas do Céu" é o primeiro Templo Tradicional Tibetano da América Latina, se encontra situado a 8 Km da sede do Município de Três Coroas, cidade conhecida pelo Turismo de Aventura, e a aproximadamente 30 Km de Gramado, a cidade do Natal Luz. Logo, está em meio a maior rota turística do Rio Grande do Sul, mas cercado de serenidade.

Situado numa colina, com uma vista maravilhosa dos vales ao seu entorno, recebe aos visitantes com construções multi coloridas, numa atmosfera de absoluta Paz. Há várias construções na área do Templo, divididas entre a ala sagrada e a ala residencial. No local são oferecidos cursos, há retiros espirituais, entre outras celebrações. Nem todas as construções estão abertas a visitação e nem sempre é permitido fotografar - mas é um local para meditação, para dar um passeio em família, para conversar. O local nasceu da inspiração de S. Ema. Chagdud Tulku Rinpoche, um mestre de meditação do Budismo Tibetano, já falecido.

O Templo La Kang é o primeiro e mais imponente do complexo. Em seu interior não é permitido fotografar ou filmar, mas sua beleza é impressionante, suas cores são absolutamente impactantes. Além das acomodações voltadas às práticas religiosas (os praticantes, residentes e visitantes, fazem suas orações nesse local ao longo do dia), há estantes com os escritos sagrados e muitos recipientes com as oferendas de água (os mesmos são preenchidos e esvaziados diariamente, num trabalho que ensina e propaga a humildade). Para cada detalhe há uma placa com as informações necessárias para que os não seguidores dessa filosofia possam melhor compreender o local - desejando, há sempre um guardião que fiscaliza e orienta a visitação e pode complementar as informações. Mas o principal aspecto desse Templo consiste em sua decoração, que segue a tradição Tibetana. As paredes e colunas são integralmente recobertas de afrescos, bem como as esculturas que são multicoloridas. Há muitas Tankhas (painéis de tecidos) trazidas do Tibet. No local o visitante tem a oportunidade de oferecer orações, através da doação de lamparinas.

Há um segundo Templo, onde não é permitida a visita interna por ser voltado as práticas ritualísticas. Entretanto, ao contrário do anterior, nesse podemos fotografar livremente através das janelas. Se trata do Terra Pura de Padmasambava. Como não se pode ingressar no seu interior, muitos visitantes apenas se aproximam para fotos e já deixam o local. Por essa razão é o local mais tranquilo do complexo, levemente afastado, onde sentamos para conversar e para contemplar sua beleza. O trabalho de pintura dos afrescos e esculturas foi executado sob a orientação de cinco artistas butaneses e dois nepaleses, com o auxilio de brasileiros, todos praticantes do Budismo.

  

  

No complexo há algumas construções que abrigam Rodas de Oração - cilindros rotatórios preenchidos com mantras e que possuem movimento horário mecanizado, espalhando as preces por todos os cantos do Mundo. Junto ao La Kang há pequenas rodas não mecanizadas, onde o visitante pode girar manualmente. Há um complexo com muitas rodas de oração que se encontra fechado a visitação, mas em constante movimento, e outro menor na parte mais baixa do terreno com as paredes internas recobertas de azulejos azuis que representam as doações recebidas e convertidas em orações.

Há uma área com Estupas, construções padronizadas e cônicas que representam a iluminação de Buda e que guardam em seu interior restos mortais de grandes Mestres.

Espalhadas pela área há estátuas em homenagem a Budha e do Guru Riponche:

Curiosidades que encantam, como a prática de proteger as formigas - olhe os pequenos cavaletes que protegem a movimentação dos animais:

Há um local com muitas bandeiras, com orações escritas, que como nas rodas de oração pretende jogar ao vento as preces para que as mesmas se espalhem e alcance à todos.

Há ainda a Casa das Lamparinas, belíssima, mas que se encontra fechada, podendo apenas ser observada pelos vidros:

O complexo é Majestoso e cercado de uma Paz que induz a reflexão. Apesar de haver uma recepção, não há cobrança de ingressos e há área de estacionamento ampla e satisfatória. No local não é permitida a prática de fumar e não há venda de lanches ou bebidas. Há apenas uma pequena loja que vende literatura e objetos ligados as práticas budistas - comprei uma flor de Lótus maravilhosa, além de incensos e bandeirolas.

Como dito anteriormente, não há local para refeições na área do Complexo Budista. Assim, desejando o visitante tem que se dirigir a um dos restaurantes próximos ao local ou, desejando esticar o passeio, a cidades como Gramado, Canela ou São Francisco de Paula.

Para maiores informações sobre trajeto e horários de visitação visite o site oficial: http://kl.chagdud.org