ALAGOAS: Praia do Marceneiro

No litoral Norte de Alagoas, distante aproximadamente 100 Km de Maceió chegamos a Praia do Marceneiro - ao ladinho de São Miguel dos Milagres, integrante da Rota Ecológica Alagoana. O trajeto entre Maceió e São Miguel é belíssimo, eis que podemos observar grandes Canaviais, Coqueirais de coco-da-Bahia, além de interagir com a História do Brasil.

Quase ao final do trajeto atravessamos a pequena cidade de Passo do Camaragibe, cidade natal de Aurélio Buarque de Holanda. Aqui uma pequena reflexão: como pode o autor do mais afamado Dicionário da Língua Portuguesa Brasileiro ser oriundo de um local tão ermo, ainda hoje tão desprovido de infraestrutura? Mas o povoado tem seu charme. Suas casas de “taipa” (armação de pau-a-pique revestida de barro, herança portuguesa), enfileiradas pelas pequenas e estreitas ruas, cada uma com a fachada em uma cor (será que aqui também se explicam as fachadas coloridas pela ausência de numeração das casas, como em Olinda – PE?), algumas apenas com a parede frontal em alvenaria. Muitas e muitas crianças a correr pelas ruas. Aqui mais um detalhe histórico, o antigo povoado e região serviram de rota e ponto de apoio para os navios Holandeses na época da invasão holandesa em Pernambuco.

Ao chegarmos ao Restaurante que serviria de receptivo turístico na Praia do Marceneiro, nos deparamos com um lugar lindíssimo, com uma infraestrutura adequada. Em toda a área que circunda o restaurante, há pendurado nos coqueiros e árvores estrelas revestidas de chita (tecido florido) que dão um aspecto de cuidado e receptividade ao local.

As refeições são servidas na área frontal do restaurante, no avarandado – aproveitamos muito pratos de peixe e camarões. O local foi construído recentemente, estava muito limpo, com as atendentes uniformizadas. A construção é um charme à parte, com paredes e colunas revestidas de ladrilhos hidráulicos variados, dando um colorido ao local. Nas areias enfrente a estrutura se encontram algumas espreguiçadeiras rústicas e gazebos recobertos de palhas, para serem usufruídos livremente pelos turistas.

(no detalhe: ladrilhos hidráulicos)

(no detalhe: armação e cobertura do restaurante)

(espreguiçadeiras e gazebos)

De todos os dias em que estivemos em Alagoas, esse foi o único dia ventoso e, por se tratar de praia de mar aberto, foi um pouco incomodo. Mas não chegou a tirar o prazer de desfrutarmos dessa praia maravilhosa, de areias finas e douradas.  Com a maré baixa, curtimos longas caminhadas mar adentro, banhos de mar em pequenas piscinas naturais e bancos de areia, águas mornas e muita beleza. A maré demorou a subir, proporcionando aos poucos turistas sossego, momentos de reflexão e de muita diversão.

Onde está o Mar que estava aqui? A maré baixou!!!

Ampla faixa de areia criada pela baixa da maré.

Como se trata de uma vila de pescadores pouco explorada (ainda), os passeios às piscinas naturais mais distantes são feitos em Jangadas coloridas (nós fomos até às mais próximas, caminhando com água pelos tornozelos).

Sim, estávamos a 1Km da faixa de areia e com água na cintura,

fotografando a movimentação dos Jangadeiros

No local há algumas pousadas de charme, como são chamados os pequenos e exclusivos empreendimentos, que ao receberem poucos hóspedes proporcionam aos mesmos serviços especiais.

Havia possibilidade de fazer passeios de buggy ou quadricíclos. Optamos por aproveitar o banho de mar e as caminhadas.

Foi um dia especial, apesar dos ventos.